O vassalo é um senhor mais ou menos fraco, que por obrigação ou interesse vincula-se a um senhor mais forte, a quem promete fidelidade. Essa promessa tem por objeto um contrato que determina as obrigações recíprocas. O senhor promete ao vassalo proteção e sustento. Em troca o vassalo deve ao senhor um serviço militar, assistência política e jurídica, às vezes serviços domésticos, gestos de diferença em qualquer circunstância e em alguns casos ajuda pecuniária. Na França esse auxílio pode ser concretizado de quatro formas: resgate, partida para a cruzada, casamento da filha mais velha e ordenação na cavalaria do primogênito do senhor.O sistema feudal com efeito, é edificada por uma pirâmide em que cada senhor é vassalo de um senhor mais poderoso. No topo encontra-se o rei, que procura afastar-se cada vez mais do sistema, na base estão os menores dos vassalos, os subvassalos, personagens que os romances de cavalaria apresentam como modelos de lealdade, amabilidade e sabedoria. Entre os dois extremos há uma hierarquia de grandes e pequenos barões, desde condes e duques até os proprietários de pequenos castelos. O poderio de um senhor mede-se pela extensão de suas terras, o número de vassalos e o porte de sua ou suas fortalezas.
O senhorio, cenário da vida cotidiana
O senhorio é o conjunto das terras sob as quais o senhor - seja qual for sua força ou poder - exerce os direitos de propriedade e soberania. Representa a entidade política rural. Há senhorios de todas as dimensões e de todas as formas, o típico é a castelania, que apesar de sua área relativamente reduzida, é bastante para englobar vários feudos necessários à sua proteção. Ducados, condados e grandes feudos eclesiásticos são divididos em certo número de castelania. A geografia feudal caracteriza-se por uma mente a um único proprietário em virtude da variedade de aquisições (heranças, doações, compras, conquistas) e da necessidade de se produzir ali mesmo quase tudo o que é preciso para a sobrevivência do senhorio.Exceto alguns pequenos feudos que o senhor pode doar a seus cavaleiros armados, o senhorio está dividido em duas partes: as concessões e a reserva. As concessões são pequenas porções de terra arrendada pelo senhor a camponeses, que em troca lhe devem uma parte de sua produção (paga in natura ou em dinheiro, conforme as modalidades extremamente variáveis de uma região à outra) e a prestação de serviços nas terras do senhor, a chamada corvéia (lavoura, colheita, vindima, transporte). A reserva é o domínio diretamente explorado pelo senhor. Ela compreende o castelo e suas dependências, terras aráveis na corvéia, pastagens, bosques e rios sobre os quais todos os habitantes possuem direito de uso relativamente amplos.
Servos e Vilões
Os camponeses que usufruem de concessões dividem-se juridicamente em dois grupos: os vilões e os servos.
O vilão goza de completa liberdade pessoal, embora dependa politicamente do senhor, tem direito a circular livremente, morar onde quiser e às vezes até mudar de senhorio.
O servo, ao contrário está preso ao solo, privado de certas capacidades e sujeito a maiores encargos. Paga impostos mais pesados que os devidos pelo simples vilão; não pode testemunhar num processo contra um homem livre; entrar no clero ou beneficiar-se plenamente dos bens comunais. Sua condição, porém, é diferente das dos escravos da Antiguidade; ele goza de uma certeza personalidade jurídica e pode possuir um patrimônio; o senhor que lhe deve justiça e proteção, não pode matá-lo, espancá-lo ou vendê-lo.
O Povo das Cidades
As cidades geralmente não passam de aldeias ampliadas. No entanto, a partir do século XI verifica-se em todo o Ocidente um inegável crescimento urbano, em decorrência da retomada do comércio e das atividades de troca, de indústria. As cidades passam a atrair novos contingentes de população, adquirem importância, ampliam suas muralhas e os habitantes começam a tolerar cada vez menos a autoridade e os direitos exercidos pelo senhor.


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